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ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DO PROFETA
CEM ANOS DE SIMÃO TOCO
LEVAM MILHÕES DE PEREGRINOS
A NTAYA-MAQUELA DO ZOMBO
André Mussamo, em Maquela do Zombo - 26/Fevereiro/2018 NoFimDoTexto



Estimativa da Igreja Tocoísta [Universal] indica que mais de um milhão de peregrinos de vários países foram a Ntaya.
Chove a cântaros em Ntaya, mas também chegam em catadupas os fiéis devotos que crêem em Simão Gonçalves Toco, aclamado pelos seguidores como “o enviado de Deus para a África Negra”. Aqui os Tocoístas vivem e revivem o que as Sagradas Escrituras dizem: só com fé se encontra a salvação
Quase 100 anos depois de Simão Toco ter começado os seus estudos bíblicos na pacata sanzala de Kibocolo, eis que a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo “Os Tocoístas”, edifica o primeiro grande templo de adoração a Deus na localidade. A honra do corte de fita coube ao Bispo Dom Afonso Nunes, sob o testemunho de centenas de fiéis, autoridades locais e um convidado especial: Mawete João Baptista, aliás, o principal financiador da obra.
Em Kibocolo iniciou, na prática, o Tocoísmo, pois nessa localidade o profeta Simão Toco foi baptizado por missionários estrangeiros. E foi onde, a posteriori, viria a criar o coro (grupo coral) que deu origem à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, ou simplesmente Os Tocoístas.
O templo inaugurado agora foi designado “Mama Kibocolo” e, no dizer do Bispo Dom Afonso Nunes, “vai contribuir para o resgate de valores morais e, consequentemente, no combate à delinquência”. Por isso ele apelou aos fiéis a fazerem um voto a Deus a fim de que sejam abençoados, apostando, dessa forma, no futuro das suas gerações.
Simão Gonçalves Toco nasceu na localidade de Ntaya e aqui também foi sepultado. A propósito dos 100 anos do seu nascimento, que vão se completar a 24 de Fevereiro, Ntaya - chamada “Terra Santa” pelos tocoístas, já regurgita de peregrinos, esperando-se que até ao dia “D” cheguem a localidade de dois a três milhões de pessoas.
As comemorações dos 100 anos de nascimento do homem a quem os seus seguidores chamam “Profeta e Homem de Paz” inscrevem, além da inauguração de novos templos, uma conferência internacional, cujo início está aprazado para hoje e preconiza trazer a Ntaya (local que acolhe o sepulcro de Simão Toco), dentre oradores nacionais e estrangeiros, muitos estudiosos do fenómeno tocoísta no mundo.
Na vila de Maquela do Zombo, a sede do município, Dom Afonso Nunes inaugurou, ontem, mais um templo. Desta feita a Paróquia de Ngandu Kialuketu.
O grosso dos peregrinos, vindos de várias partes do país, escalou Ntaya no princípio da noite de domingo. Até ao fecho da jornada muitos mais chegarão. E muitas forças foram mobilizadas para garantir uma peregrinação ordeira e que se cumpra osobjectivos: fé, oração e exaltação da obra de Simão Toco. O comandante da Polícia Nacional, sub-comissário Filipe Massala, revelou que as condições de segurança estão garantidas pelos efectivos da corporação.
O comissário considerou de baixo o índice de criminalidade no município de Maquela do Zombo pelo que os peregrinos nada terão a temer. A Polícia de Guarda Fronteira e o Serviço de Migração e Estrangeiros estão em prontidão a fim de evitar a entrada de ilegais em território nacional aproveitando-se destas comemorações.
Nota de destaque é a chuva que não dá tréguas desde o início da chegada dos peregrinos. Ntaya é ainda uma localidade inóspita e com poucas condições de habitabilidade e tráfego. Há um acesso de sete quilómetros terraplanados até ao asfalto e o sistema de drenagem das águas pluviais é feita pelos canais naturais.
Com a abundante chuva, que não deixa nem os repórteres trabalharem comodamente, espera-se que as dificuldades de locomoção aumentem. Entretanto, todos os envolvidos continuam a animar-se. Dizem que, tal como foi na peregrinação de Jesus de Nazaré pela Terra Santa, não há barreira nenhuma que impeça o evento.
Faça chuva ou haja sol, pelos 100 anos de Simão Gonçalves Toco todo o sofrimento é pouco para agradecer e enaltecer a sua obra – dizem os devotos. Alguns dizem, em analogia, que tal como a ida a Meca é um dever para um bom muçulmano, a ida a Ntaya é um vivo permanente para qualquer bom tocoísta
Fonte: OPaís