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FESTA INTERNACIONAL
SEGUIDORES DE TODO O MUNDO PARA OS CEM ANOS DE SIMÃO TOCO EM NTAYA
André Mussamo, em Maquela do Zombo - 23/Fevereiro/2018 NoFimDoTexto



Estimativa da Igreja Tocoísta [Universal] indica que mais de um milhão de peregrinos de vários países foram a Ntaya.
Não são apenas cidadãos nacionais que “enchem” a pacata localidade de Ntaya. Passeando-se pelas suas ruas e ruelas, pode-se encontrar peregrinos vindos de países africanos, europeus e asiáticos.
Lima Nzuzi Nicola viajou de Paris para Angola e está em Ntaya em busca de sabedoria e força para inverter a falta de fé que assola as sociedades europeias, muito apegadas ao consumismo e ao materialismo.
O francês de origem congolesa admite que a empreitada de “evangelizar” a Europa actual é mais difícil do que cumprir iguais desígnios em África.
Segundo ele, o europeu dos nossos dias é mais relutante em acreditar numa religião. “Mas com fé e força divina” acredita que a missão será levada avante. Veio acompanhado pela esposa e mais três outros tocoístas europeus. Está animado e espera pelo dia D, ao mesmo tempo que se declara uma pessoa felizarda por estar presente na comemoração dos 100 anos do fundador do movimento religioso que tocou o seu coração.
“A passagem dos 100 anos é um momento extraordinário. E, mais ainda: vê-se que a Igreja cresce”, revela Nzuzi Nicole num diálogo animado que estabelece com os jornalistas que cobrem o evento.
Da Namíbia veio o reverendo António Sebastião Vemba. O religioso anuncia a boa nova: em breve uma avenida de Windhoek chamar-se-á Simão Toco.
Vemba tem dupla nacionalidade (angolana e namibiana). Lidera os tocoístas em terras de Sam Nujoma, um grupo estimado em cerca de 600 pessoas, e coordena também as igrejas e grupos de tocoístas de vários países na África Austral.
“Agradeço na qualidade de peregrino”, diz Vemba. E revela que se faz acompanhar por mais 33 outros membros. Anima-lhe o facto de estar em Ntaya e acredita que daqui sairá com a espiritualidade renovada e forças para continuar a pregar o que Simão Toco sempre defendeu.
Das terras de Samora Moisés Machel chegou um solitário peregrino que, coincidentemente, partilha o sobrenome do antigo chefe de Estado moçambicano, chama-se António Raúl Machel.
Ao falar aos jornalistas, deixa claro que o nome é tão-somente mera coincidência e nada mais. Na hora de contar a sua experiência à imprensa, diz que está sem palavras para expressar a sua satisfação por estar presente num acto de tamanha envergadura.
O moçambicano diz sentir-se honrado por estar presente nesta terra, sendo um privilégio participar na peregrinação, apesar de o Tocoísmo ainda ser ainda emergente em Moçambique.
Do país ao lado de Moçambique - África do Sul - escalou o solo angolano o pastor Moses Doris. Por alguns dias deixou a sua paróquia de Oudthoorn, em Western Cape, e veio reforçar a sua crença no tocoismo.
“Este é um momento ímpar da minha vida espiritual”, conta o peregrino chegado das terras de Mandela. Em Ntaya espera adquirir mais conhecimentos sobre os feitos protagonizados pelo fundador do Tocoísmo.
“Sinto-me livre espiritualmente. Estou a aprender muita coisa. Vim aqui com mente aberta e trazido pela crença que tenho nestes ideais de Simão Toco. A primeira vez que ouvi falar de Simão Toco foi na cidade do Cabo e, desde aquele dia, o aceito como o meu Pai Espiritual”, revela Moses Doris que, a concluir, promete ter a mente aberta para “absorver o poder do espírito santo”.
Andando pela localidade é possível contar páginas de histórias similares a estas, já que na também chamada “Terra Santa” dos Tocoístas, juntam-se nesta semana cidadãos do mundo, chegados de países como a Bélgica, França, Alemanha, Suíça, Zimbabwe, Moçambique, Reino Unido, Namíbia, Portugal e Japão. Porém, é tal a multidão que igual aventura é verdadeiramente uma tarefa difícil.
O denominador comum para todos é que estão unidos pelo cristianismo e pela peculiaridade dos ideais de Simão Gonçalves Toco. Unanimemente reiteram que o momento é uma oportunidade para que todos se sintam filhos de um só Pai, unidos pelo amor a Ele.
De acordo com dados oficiais da organização, encontram-se na localidade de Ntaya pelo menos 2 milhões de fiéis. Até às vésperas do próximo Domingo estima-se que o número possa chegar aos 3 milhões, atendendo que são milhares os que não puderam chegar ao local antes da pausa do fim de semana, por compromissos laborais.
Continua a espectativa de que cheguem mais peregrinos do estrangeiro, particularmente de países africanos, como os Congos, que têm a tarefa facilitada em comparação com os de outras nacionalidades, dada a sua proximidade geográfica ao local. Refira-se que Ntaya dista apenas 40 km do território da República Democrática do Congo.
Fonte: OPaís