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IGREJA TOCOÍSTA: “UNICIDADE” NA JUSTIÇA

"DIRECÇÃO UNIVERSAL" RECORRE À DECISÃO DO TRIBUNAL 

Filipe Eduardo e Augusto Cuteta - 18/Agosto/2018                NoFimDoTexto   

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   DOSSIÊ
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Direcção da Igreja sob liderança do bispo Dom afonso nunes não se revê na decisão do tribunal supremo.

A direcção da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo [Universal] já interpôs recurso à decisão do acórdão da Câmara do Cível, Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo que declarou nulo o despacho do ex-ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, em que se consideravam ilegais as outras duas fracções daquela agremiação fundada por Simão Gonçalves Toco.

 

Na conferência de imprensa, realizada quinta-feira, na catedral do Golfe, em Luanda, o bispo da Igreja Tocoísta [Universal], Dom Afonso Nunes, embora garanta obediência à decisão do acórdão do Tribunal Supremo (de anular o despacho nº 395/15, do referido ex-ministro e publicado no Diário da República, I Série, nº158, de 16 de Novembro de 2015) afirma que “a Igreja não se submete à ela, por atropelar a doutrina Tocoísta, que se assenta na unidade, concórdia e indivisibilidade.”

 

O bispo esclarece que o recurso da Igreja nada tem a ver com briga com o Tribunal Supremo, mas avança que a anulação do acto administrativo, proferido pelo ex-ministro da Justiça, leva os tocoísta de volta à posição antiga, antes do despacho 395/15 de 16 de Novembro, de separação legitimada pelo Estado.

 

“De acordo com o entendimento das juízas, deve-se repor o decreto de 1992, que reconhecia a Igreja de forma tripartida”, disse o líder da Igreja Tocoísta, para quem essa posição do tribunal é contra os desideratos religiosos que profetizam a união entre os irmãos.

 

É neste sentido, afirmou o bispo Afonso Nunes, e porque assiste à Igreja o direito de contestar da decisão do tribunal, que a direcção [Universal] dos tocoístas já interpôs um recurso, para que se reveja a posição das três juízas que acharam que deveriam anular o acto administrativo praticado por Rui Mangueira, em nome do Governo angolano.

 

“O Estado angolano não está contra a Igreja, nem nós contra o Estado, mas não devemos nos pactuar com medidas que ferem a nossa doutrina, como a que nos querem impor; a separação!”, disse o responsável religioso.

 

Com o referido acórdão do Tribunal Supremo, a associação cristã fundada a 25 de Julho de 1949, por Simão Gonçalves Toco, volta a ter as três alas: [Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo Os Tocoístas – 12 Mais Velhos; Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo Os Tocoísta – Anciãos Conselheiros da Direcção Central; Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo Os Tocoístas – 18 Classes e 16 Tribos].

 

“A tripartidarização da Igreja não é a melhor forma e, como dirigente em espírito, devo afirmar que o meu propósito, e o de Deus, é estarmos unidos, indivisíveis e inabaláveis”, afirmou Dom Afonso Nunes, que se diz encarnado espiritualmente por Simão Toco, possibilidade negada pelas outras duas alas.

 

O bispo apelou à comunidade Tocoísta para se manter calma, serena, em paz e em harmonia com todos, uma vez que a Igreja não foi impedida de continuar a desempenhar a sua missão dentro do plano e das normas estabelecidas. “Temos de prosseguir o nosso trabalho com as autoridades governamentais e com todos os que convivem connosco no mesmo espaço territorial”, realça.

 

Outro apelo do líder da Igreja Tocoísta tem a ver com a necessidade de aquela comunidade religiosa nunca se deixar levar pelos insultos, numa altura em que acredita que a Igreja está mais viva e intacta, devendo continuar a expandir a sua mensagem de libertação, reconciliação e de unidade dos membros.

 

FUGIR ÀS ESPECULAÇÕES

 

Dom Afonso Nunes preveniu os fiéis para eventuais especulações tendenciosas por parte de alguns sectores de outras variantes ligadas à Igreja, principalmente para insinuar o acórdão da Sala do Cível e criar instabilidade psico-emocional entre os tocoístas da sua ala.

 

Apesar deste constrangimento, o líder da Igreja Tocoísta afirmou ter boas relações com o Executivo, de quem recebe apoio institucional e teve ajuda financeira para a construção do templo da Igreja, situado no Golfe.

 

Essa igreja está construída numa vasta área, que integra igualmente um complexo escolar, onde são ministradas aulas do ensino primário e secundário, um Instituto Superior Politécnico e uma rádio.

 

Além dessas estruturas, a Igreja Tocoísta, liderada pelo Bispo Dom Afonso Nunes, controla mais de um milhão de fiéis, 22 paróquias em Luanda, uma escola de formação profissional no Cazenga, postos médicos na capital e em algumas províncias e pretende construir uma clínica médica.

 

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